Esse blog foi criado para ser um ambiente de discussão sobre os movimentos sociais no ciberespaço e a cibercultura,para troca de conhecimentos e comentários.
Esta charge ilustra bem como o ciberespaço pode estar presente tanto na realidade virtual quanto na realidade física das nossas vidas, trazendo novas concepções sobre o que é a realidade. Neste post gostaria apenas de expor as constatações através das divesas pesquisas relacionadas a Cibercultura e aos Movimento Sociais que este blog realizou, de como a Cibercultura em si é o mais importante movimento social no ciberespaço, pois a cibercultura agrega novos valores e novos rumos a sociedade, que o alcance ainda não conseguimos prever, desta forma gostaria de compartilhar com os visitantes desse blog que a experiência de desenvolver um blog sem nunca ter criado anteriormete um blog foi uma tarefa desafiadora, mas muito especial, pois foi possível perceber como todas as redes de comunicação da internet, todos os avanços tecnológicos no ciberespaço estão conectados numa enorme sinergia que é o movimento social chamado cibercultura no qual valoriza-se os aspectos coletivos, como a inteligência coletiva (sem esse aspecto da ciberculura seria impossível o desenvolvimento desse blog) e a universalidade das informações e de tudo que é compartilhado no ciberespaço e deixo uma sugestão de leitura no link abaixo sobre novos movimentos sociais, já que a cibercultura atualmente é um novo tipo de movimento social.
Na última terça-feira, dia 05 de maio de 2009, a cidade de Salvador, primeira capital do Brasil, experimentou momentos de desespero com a forte chuva que atingiu todo seu território. Centenas de ocorrências foram recebidas pela Defesa Civil, tendo registrado 392 solicitações de atendimento de emergência até as 19h desse dia. Além dos desabamentos de casas, quedas de árvores e deslizamentos de terra, houve o congestionamento do trânsito nas avenidas da cidade, causando transtorno para muitos motoristas e passageiros de ônibus.
O Liberdade Digital, por sua vez, em um post dedicado às chuvas no Nordeste do país, solicita a ajuda dos usuários de redes sociais para difundir informações sobre a situação e pedir ajuda para as populações afetadas pelas enchentes:
“Esperando mais uma participação em massa da blogosfera brasileira, o L.D. faz um apelo: se você tem um blog, um site, uma lista de e-mail, participa de alguma rede social, ajude na divulgação desta informação. É fundamental que as empresas de transporte ajudem. É preciso sensibilizar também as companhias áreas e empresas de táxi aéreo para que emprestem helicópteros.”
Pesquisas realizadas em organizações do Terceiro Setor possibilitaram a identificação de algumas estratégias de comunicação relevantes para os processos de mobilização social, com especial ênfase para a comunicação por meio de redes digitais.
Assim, como alternativa, despontam as redes digitais, a Internet. Devido ao fato de ser de fácil e teoricamente irrestrito acesso, de modo a permitir a circulação sem barreiras de todo tipo de informações, converte-se numa expectativa de tornar-se um espaço alternativo de circulação de opiniões como contraponto à grande mídia. No entanto, convém receber esta idéia com um misto de entusiasmo e cautela, pois algumas reservas devem ser feitas.
Simultaneamente, as listas de discussão fazem com que circulem na Internet os manifestos, os trabalhos realizados por diferentes grupos, publicações, convocações, listas de discussões e outras formas mais de comunicação não aceitas ou tecnicamente incompatíveis com os outros meios.
Novas Teorias dos Movimentos Sociais, de Maria da Glória Gohn, dá seqüência aos estudos da autora publicados em livros anteriores e analisa minuciosamente o passado, o presente e o futuro dos movimentos sociais considerados fenômenos-chaves na análise de uma realidade social. O foco principal do livro é a análise das teorias que têm sido utilizadas para interpretar as ações coletivas expressas por meio de movimentos sociais.
Trabalhando com ensaios escritos por influentes pensadores como Alain Touraine, Eric Hobsbawm, Boaventura S. Santos, Axel Honneth, Nancy Fraser, Charles Tilly, Ernest Laclau, Michel Focault e Max Weber e outros, Maria da Glória retrata cinco décadas de produção sobre o assunto e responde a questões como "O que está em jogo nas teorias contemporâneas dos movimentos sociais?".
Novas Teorias dos Movimentos Sociais expõe, a partir de uma perspectiva histórica, a evolução e as transformações que aconteceram no mundo desde 1950 e que acabaram por influenciar as mudanças de focos nos movimentos sociais, que hoje não se limitam à política, à religião ou as demandas sócio-econômicas e trabalhistas. Movimentos por reconhecimento identitários e culturais ganham destaque.
Em 28 de Março desse ano, tivemos um exemplo de um dos maiores movimentos sociais que poderia ocorrer, a Hora do Planeta.
Um gesto simples que começou em apenas uma cidade faz dois anos, agora é amplamente divulgado para o mundo todo, com o intuíto de combater o aquecimento global. Uma forma que as pessoas encontraram de protestar contra a morte do nosso planeta.
Este ano uma das maiores fontes de divulgação deste evento global sem dúvida nenhuma acabou sendo a internet, onde várias pessoas em blogs, sites, twitter e afins comentaram, incentivaram e apoiaram esse pequeno passo que podemos dar pelo futuro do planeta.
Mesmo sendo um movimento que já passou, para saber mais sobre como foi a Hora do Planeta e também sua divulgação através da rede, acesse:
O Projeto Memória e Movimentos Sociais, tem como finalidade contribuir para o resgate da memória dos movimentos sociais contemporâneos. Ele inicia-se com um acervo digital, de fotografias de autoria da fotojornalista Claudia Ferreira que retratam os movimentos sociais protagonizados por mulheres e as manifestações políticas e sociais das décadas de 80, 90 e 2000 no Brasil.
Estas fotografias, de cunho etnográfico e jornalístico, constituem uma importante fonte de pesquisa da História Contemporânea dos movimentos sociais no Brasil e sua inserção em nível global, como nos Fóruns Sociais Mundiais e Conferências das Nações Unidas.
O projeto propõe ainda que os usuários e usuárias que acessem o site possam contribuir, acrescentando informações às legendas ou identificando pessoas constantes das fotos. Essas contribuições proporcionarão ampliar a base de dados sobre a História Contemporânea dos movimentos sociais no Brasil e sobre seus protagonistas.
Não ao PL Azeredo foi a frase escolhida dos manisfestantes contra o Projeto de Lei do senador Eduardo Azeredo, lei sobre crimes cibernéticos, que se encontraram no ano passado dia 14 de novembro, alguns dos internautas que ajudaram a organizar essa manifestação pela Internet consideram este evento o primeiro flash mob pela liberdade na Internet. Os manisfestantes protestaram contra alguns artigos da lei que segundo eles implantam uma situação de vigilantismo sobre os internautas. Porém o projeto de lei também prevê punição para crimes como a distribuição de vídeos de pedofilia pela Internet.
Flash mobs é o termo utilizado para designar aglomerações instantâneas de pessoas em um local público, para realizar determinada ação inusitada, onde essas ações são organizadas previamente pela internet, geralmente via e-mail ou através das redes de relacionamento, por isso essas manifestações se dispersam tão rapidamente, quanto se formam. Um exemplo recente de flash mobs que ocorreu na cidade de São Paulo no Parque do Ibirapuera, dia 4 de abril foi a International Pillow Fight Day, participaram dessa manifestação cerca de 20 cidades pelo mundo. Saiba mais sobre flash mobs no Brasil nos links abaixo !
Com a evolução da mídia a organização das manifestações pelo ciberespaço se tornaram rápidas e fáceis. Você acredita que esse movimento social pelo ciberespaço se tornará uma ferramenta fundamental para uma participação mais ativa da sociedade nos aspectos que a afetam como a política e a educação? Deixe sua opinião .
Nesse texto vamos abordar o que são os movimentos sociais no ciberespaço,esse texto está dividido em três partes: O que são movimentos sociais no ciberespaço? , Movimentos sociais: conceito, Movimentos sociais no Ciberespaço. Qualquer tentativa de propor um conceito definitivo sobre o que são movimentos sociais seria mera ousadia, pois esse conceito tem amplo significado teórico, mas é possível explorar cada definição proposta por autores de referência no campo de movimentos sociais, e tentarmos elucidar alguns aspectos dos movimentos sociais. Pesquisando sobre o tema é possível verificar que o conceito sobre o que são movimentos sociais está muito associado à vivência do autor sobre o tema, mas há sempre um aspecto em comum, de que se trata de um fenômeno que causa certa repercussão ou influência na sociedade. Na próxima postagem serão apresentadas algumas definições.
Movimentos Sociais: Conceitos
Por exemplo, para o sociólogo francês Alain Touraine, “movimentos sociais pertencem aos processos pelos quais uma sociedade cria a sua organização a partir do seu sistema de ação histórico, através de conflitos de classe e dos acordos políticos”, Alain Touraine fundamenta a sua teoria em 3 princípios a saber “ da identidade, da oposição e da totalidade”, no momento não iremos aprofundar cada princípio, pois nosso intuito é apresentarmos a idéia geral de diferentes pensadores sobre os movimentos sociais; para Karl Marx, Emile Durkeim e Max Weber os movimentos coletivos são um modo peculiar de ação social, variavelmente inserida ou capaz de se inserir na estrutura global da sua reflexão; para Gianfranco Pasquino, professor de ciência política, “movimentos sociais se distinguem pelo grau e pelo tipo de mudança que pretendem provocar no sistema e pelos valores e nível de integração que lhes são intrínsecos”.
Movimentos sociais no Ciberespaço
Com algumas definições do que são movimentos sociais agora podemos pensar no que é a cibercultura, iremos utilizar a definição pelo sociólogo André Lemos, “a cibercultura é a associação da cultura contemporânea às tecnologias digitais, aliando à técnica a vida social, novos modos de vida permeados pela comunicação instantânea”. Podemos concluir que com a evolução das tecnologias digitais, houve uma aceleração na divulgação dos diversos movimentos sociais e o aumento no número de participantes dos mesmos, pois o ciberespaço permite que milhares de pessoas de diversos lugares do mundo tenham acesso aquela informação de maneira muito rápida. Porém quantificar o quanto um movimento social pode repercutir na sociedade tornou-se muito complicado e complexo no ciberespaço, uma vez um movimento social estando na rede de comunicação do ciberespaço, este poderá percorrer inúmeros locais, locais até de que o próprio fundador desse movimento jamais poderia imaginar que chegasse até lá.
Nos últimos três anos, o Orkut (www.orkut.com) tornou-se o mais popular site de relacionamentos entre os brasileiros. Sua página inicial apresenta a pergunta “quem você conhece?”, chave de entrada para um perfil pessoal que exemplifica, entre fotos e ligações entre os membros, um fenômeno que sempre existiu, mas vem se tornando cada vez mais visível na sociedade contemporânea: a organização em rede.
Na cultura da conexão constante em que vivemos, cada ser humano com acesso à web transforma-se em mais um nó da teia computadorizada que abrange todo o globo. Neste momento da história, passamos de uma mídia de massa a um sistema em que qualquer pessoa conectada à rede pode ser produtora de informação, utilizando as ferramentas cada vez mais simples que a Internet disponibiliza.
Com isso, abre-se espaço nos fluxos informacionais para os mais diversos tipos de pensamentos, ideologias e grupos, que encontram na rede os meios para expressar suas idéias e localizar partidários das mesmas causas em qualquer lugar do mundo. Se algo pode ser escrito, desenhado ou fotografado, há chances de que já haja algum nó na web que o contenha de alguma forma.
Para os movimentos sociais, a expansão da Internet favoreceu a divulgação de suas idéias, através da facilidade e baixo custo da circulação de informações.
Já não é mais novidade afirmarmos que as novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) tornam-se ferramentas indispensáveis à geração de riqueza, ao exercício do poder e à criação de códigos culturais. É interessante salientarmos, porém, o quanto tais inovações potencializaram uma forma de organização social já antiga: as redes. E essa lógica de redes, contudo, é necessária para estruturar o não-estruturado, porém preservando a flexibilidade, pois o não estruturado é a força motriz da inovação na atividade humana.
A Sociedade em Rede, é caracterizada por uma nova morfologia social, um sistema aberto dinâmico capaz de abarcar inovações sem comprometer seu equilíbrio. A difusão da lógica das redes modifica a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura.
A diversidade presente nas inúmeras comunidades do Orkut é imensa. Encontram-se lugares para discutir sobre todo e qualquer assunto, e milhares de outros lugares que não discutem assunto algum e são usados apenas para compor o perfil do usuário, explicitando algumas de suas características.
Assim, à medida em que os movimentos sociais tornaram-se mais diversificados, com a atenção voltada para aspectos como a cor da pele e a orientação sexual do indivíduo, foram criados também espaços de discussão com ênfase semelhante.
Para se inserir na cultura dos fluxos informacionais do capitalismo do século XXI, os movimentos sociais buscam seu espaço nas mesmas instâncias que impulsionam o sistema dominante: as redes informatizadas. É neste espaço virtual que tornam suas causas visíveis e encontram outros cidadãos interessados em suas discussões, independente do lugar em que estejam. As redes proporcionam uma abundância que não se reduz a uma acumulação de bens e faz da subjetividade uma questão coletiva.
Deve-se compreender que a sociedade da informação pode acarretar uma segmentação extrema, pois ela favorece a ligação entre indivíduos e comunidades que se parecem, deixando de lado a heterogeneidade. O que parece prioritário é resistir à segmentação da sociedade em pequenas comunidades para preservar algum sentimento de coletividade, caso contrário, não haverá o todo, ou seja, o que chamamos de sociedade.
Este blog foi desenvolvido por alunas da disciplina Cibercultura da Universidade Federal do ABC (UFABC), a universidade está situada no município de Santo André no estado de São Paulo - Brasil. Este blog é um espaço para discutir assuntos relacionados aos movimentos sociais e a cibercultura, com base no livro Cibercultura de Pierre Levy e nos conteúdos abordados em sala de aula, aproveite este ciberespaço e deixe sua opinião também!