sábado, 21 de março de 2009

O que são Movimentos Sociais no Ciberespaço ?

Nesse texto vamos abordar o que são os movimentos sociais no ciberespaço,esse texto está dividido em três partes: O que são movimentos sociais no ciberespaço? , Movimentos sociais: conceito, Movimentos sociais no Ciberespaço.
Qualquer tentativa de propor um conceito definitivo sobre o que são movimentos sociais seria mera ousadia, pois esse conceito tem amplo significado teórico, mas é possível explorar cada definição proposta por autores de referência no campo de movimentos sociais, e tentarmos elucidar alguns aspectos dos movimentos sociais.
Pesquisando sobre o tema é possível verificar que o conceito sobre o que são movimentos sociais está muito associado à vivência do autor sobre o tema, mas há sempre um aspecto em comum, de que se trata de um fenômeno que causa certa repercussão ou influência na sociedade. Na próxima postagem serão apresentadas algumas definições.

Movimentos Sociais: Conceitos

Por exemplo, para o sociólogo francês Alain Touraine, “movimentos sociais pertencem aos processos pelos quais uma sociedade cria a sua organização a partir do seu sistema de ação histórico, através de conflitos de classe e dos acordos políticos”, Alain Touraine fundamenta a sua teoria em 3 princípios a saber “ da identidade, da oposição e da totalidade”, no momento não iremos aprofundar cada princípio, pois nosso intuito é apresentarmos a idéia geral de diferentes pensadores sobre os movimentos sociais; para Karl Marx, Emile Durkeim e Max Weber os movimentos coletivos são um modo peculiar de ação social, variavelmente inserida ou capaz de se inserir na estrutura global da sua reflexão; para Gianfranco Pasquino, professor de ciência política, “movimentos sociais se distinguem pelo grau e pelo tipo de mudança que pretendem provocar no sistema e pelos valores e nível de integração que lhes são intrínsecos”.

Movimentos sociais no Ciberespaço

Com algumas definições do que são movimentos sociais agora podemos pensar no que é a cibercultura, iremos utilizar a definição pelo sociólogo André Lemos, “a cibercultura é a associação da cultura contemporânea às tecnologias digitais, aliando à técnica a vida social, novos modos de vida permeados pela comunicação instantânea”.
Podemos concluir que com a evolução das tecnologias digitais, houve uma aceleração na divulgação dos diversos movimentos sociais e o aumento no número de participantes dos mesmos, pois o ciberespaço permite que milhares de pessoas de diversos lugares do mundo tenham acesso aquela informação de maneira muito rápida. Porém quantificar o quanto um movimento social pode repercutir na sociedade tornou-se muito complicado e complexo no ciberespaço, uma vez um movimento social estando na rede de comunicação do ciberespaço, este poderá percorrer inúmeros locais, locais até de que o próprio fundador desse movimento jamais poderia imaginar que chegasse até lá.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Segmentação dos movimentos sociais no site de relacionamentos Orkut

Nos últimos três anos, o Orkut (www.orkut.com) tornou-se o mais popular site de relacionamentos entre os brasileiros. Sua página inicial apresenta a pergunta “quem você conhece?”, chave de entrada para um perfil pessoal que exemplifica, entre fotos e ligações entre os membros, um fenômeno que sempre existiu, mas vem se tornando cada vez mais visível na sociedade contemporânea: a organização em rede.


Na cultura da conexão constante em que vivemos, cada ser humano com acesso à web transforma-se em mais um nó da teia computadorizada que abrange todo o globo. Neste momento da história, passamos de uma mídia de massa a um sistema em que qualquer pessoa conectada à rede pode ser produtora de informação, utilizando as ferramentas cada vez mais simples que a Internet disponibiliza.


Com isso, abre-se espaço nos fluxos informacionais para os mais diversos tipos de pensamentos, ideologias e grupos, que encontram na rede os meios para expressar suas idéias e localizar partidários das mesmas causas em qualquer lugar do mundo. Se algo pode ser escrito, desenhado ou fotografado, há chances de que já haja algum nó na web que o contenha de alguma forma.


Para os movimentos sociais, a expansão da Internet favoreceu a divulgação de suas idéias, através da facilidade e baixo custo da circulação de informações.


Já não é mais novidade afirmarmos que as novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) tornam-se ferramentas indispensáveis à geração de riqueza, ao exercício do poder e à criação de códigos culturais. É interessante salientarmos, porém, o quanto tais inovações potencializaram uma forma de organização social já antiga: as redes. E essa lógica de redes, contudo, é necessária para estruturar o não-estruturado, porém preservando a flexibilidade, pois o não estruturado é a força motriz da inovação na atividade humana.


A Sociedade em Rede, é caracterizada por uma nova morfologia social, um sistema aberto dinâmico capaz de abarcar inovações sem comprometer seu equilíbrio. A difusão da lógica das redes modifica a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura.


A diversidade presente nas inúmeras comunidades do Orkut é imensa. Encontram-se lugares para discutir sobre todo e qualquer assunto, e milhares de outros lugares que não discutem assunto algum e são usados apenas para compor o perfil do usuário, explicitando algumas de suas características.


Assim, à medida em que os movimentos sociais tornaram-se mais diversificados, com a atenção voltada para aspectos como a cor da pele e a orientação sexual do indivíduo, foram criados também espaços de discussão com ênfase semelhante.


Para se inserir na cultura dos fluxos informacionais do capitalismo do século XXI, os movimentos sociais buscam seu espaço nas mesmas instâncias que impulsionam o sistema dominante: as redes informatizadas. É neste espaço virtual que tornam suas causas visíveis e encontram outros cidadãos interessados em suas discussões, independente do lugar em que estejam. As redes proporcionam uma abundância que não se reduz a uma acumulação de bens e faz da subjetividade uma questão coletiva.


Deve-se compreender que a sociedade da informação pode acarretar uma segmentação extrema, pois ela favorece a ligação entre indivíduos e comunidades que se parecem, deixando de lado a heterogeneidade. O que parece prioritário é resistir à segmentação da sociedade em pequenas comunidades para preservar algum sentimento de coletividade, caso contrário, não haverá o todo, ou seja, o que chamamos de sociedade.


Fonte : - http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_10/contemporanea_n10_bergo.pdf -